BOM REFORÇO ?: No Madureira, Jean vive boa fase e confessa: 'Meu sonho é voltar ao Fla'


Nascido em São Gonçalo em 1982, Jean surgiu em 2002 como uma grande promessa no Flamengo. Rápido e habilidoso, explodiu em 2003 sob o comando de Oswaldo de Oliveira quando o time da Gávea contava com Edílson e Fernando Baiano no comando do ataque. Um ano depois, viveu o maior momento da sua carreira ao marcar três vezes contra o arquirrival Vasco da Gama, na final do Campeonato Carioca de 2004. Por este feito, neste sábado (10), às 10h, Jean e todo o elenco daquela decisão vão se juntar a Zico, Adílio, Júnior, Mozer, Leandro e entre outros ídolos do Fla na calçada da fama do clube. Hoje, aos 30 anos e no Madureira, clube da Zona Norte do Rio de Janeiro, Jean comemora a lembrança por parte da diretoria do Fla e confessa o seu maior desejo: "Meu maior sonho atualmente é voltar ao Fla. Quem sabe Deus não me abençoa com isso?".
Jean na partida do Flamengo arquivo (Foto: Ag. Lance)
Ao receber esse convite, Jean faz uma retrospectiva da carreira. Lembra das glórias, das tristezas, diz que ainda pode ser aproveitado em um clube de primeira divisão e confessa sofrer com a atual situação do Flamengo (confira a entrevista completa abaixo). No entanto, a história de Jean não se resumiu ao Fla. Logo após a boa fase no rubro-negro, Jean foi vendido ao Saturn, da Rússia, e assinou um contrato de quatro anos com o clube. A ida para a Europa, segundo o jogador, é um dos motivos para a queda da carreira. O atacante não conseguiu se adaptar ao frio russo e voltou ao Brasil em rápidos empréstimos para o Vasco, Fluminense e Corinthians. Fato que o jogador descreve como um dos pontos fracos da carreira: a pouca permanência nos clubes. 
Nos últimos anos, Jean atuou em clubes de menor expressão como Brasilense, Volta Redonda e América-RJ. Atualmente no Madureira, o atacante em sete jogos já marcou cinco gols, média alta para um jogador que foi estereotipado durante toda a carreira como um mau finalizador. Estes gols ajudaram o Tricolor Suburbano a manter uma campanha impecável na segunda fase da Copa Rio, com seis vitórias, um empate e nenhuma derrota. Totalizando um aproveitamento incrível de 90,5%. E é exatamente esta boa fase que enche de esperanças o jogador, que sonha em voltar a vestir uma camisa de um grande do futebol brasileiro.
Jean na partida do Madureira contra o Caxias (Foto: Dhavid Normando / Futura Press)
Veja a entrevista completa com o atacante Jean
Como você recebeu o convite do Flamengo para fazer parte da calçada da fama do clube?
É um orgulho muito grande estar na calçada da fama do Flamengo. Só de ter conseguido títulos no clube da minha infância, onde fui criado e apareci para o futebol já é uma grande honra. Poucos jogadores conseguiram esse feito e vou lá estar ao lado de nomes como Zico e entre tantos outros ídolos. Ser lembrado depois de um tempo longe do clube é muito gratificante.
Aquela final do Campeonato Carioca, contra o Vasco, em 2004, foi o grande jogo da sua carreira?
Sem nenhuma dúvida. Poucos jogadores conseguiram marcar três vezes em uma final, eu fui abençoado e conquistei isso. Além de ser uma alegria muito grande, é um feito que fica marcado na história do clube, ainda mais em se tratando de Flamengo. É a grande alegria da minha carreira.
Hoje com 30 anos, qual é o seu objetivo no futebol?
Vivo uma fase muito boa no Madureira hoje. Os gols têm saído e estou feliz pela oportunidade. Mas meu desejo é voltar a vestir a camisa de um grande clube. Apareceram propostas, mas meu foco agora é no Madureira, onde tenho contrato até o fim do Campeonato Carioca do ano que vem. Mas meu sonho mesmo é voltar a vestir a camisa do Flamengo. Quem sabe Deus não me abençoa com isso? Seria uma alegria muito grande poder voltar a jogar no meu clube de coração. Acredito que posso jogar profissionalmente até os 35 anos, ainda tenho tempo. Hoje sou um jogador muito regrado com a rotina de treinamentos, alimentação e um homem mais maduro.
Você surgiu como um jogador promissor, a que você credita o não decolar da carreira?
Jean no treino do Vasco arquivo (Foto: Ag. Lance)
Quando comecei minha carreira no Flamengo, a fase era boa. Logo em seguida, me transferi para a Russia (Saturn) muito novo e assinei um contrato longo, de quatro anos. Não consegui me adaptar ao país e sofri bastante. Fui emprestado para clubes aqui do Brasil onde eu consegui também bons momentos, como no caso do Vasco. Mas eles não tinham condições financeiras de comprar o meu passe e eu acabava tendo que voltar para a Russia. Tive passagens muito rápidas e isso atrapalha o jogador, que precisa ter uma sequência de jogos para se firmar em algum clube.
Nos clubes que você passou, você era perseguido por ser um mau finalizador. Como você lida com isso?
Eu sempre fui um jogador de armação. Mas também nunca fugi da responsabilidade no ataque. Não vejo como um defeito, mas sim como um ponto fraco da minha carreira. Hoje estou vivendo uma grande fase e os gols naturalmente aparecem. Voltar atrás em uma equipe pequena faz a gente repensar e crescer também como atleta.
Você se declarou um rubro-negro fanático. Como você enxerga a atual situação do Flamengo?
Tenho grandes companheiros no Flamengo e fico triste pela atual situação, mas o clube tem grandes jogadores e voltará a ter uma boa fase. Tenho grandes companheiros por lá como o Ibson, por exemplo. Observar de longe é ruim.
Sente vontade de estar lá para ajudar o Flamengo?
Sempre existe, né. (risos)
Fonte: Globoesporte.com

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