Conheça o versátil meio-campista Héctor Canteros, novo reforço do Flamengo


Héctor Canteros foi o destaque no Super Clássico das Américas e capa do diário Olé na edição pós-jogo (15/09/2011).
Héctor Miguel ‘Tito’ Canteros, 25 anos, 1.76m, nasceu no dia 15 de março de 1989. Membro de uma familia humilde, cresceu na Villa 17 (bairro Pirelli), localidade integrada ao bairro Lugano* , um cenário tomado por conjuntos habitacionais, onde Tito costumava participar, por alguns trocados, de duros torneios locais: “Sou orgulhosamente Villero. Sou feliz de ter nascido onde nasci, não me lamento. Se tivesse que voltar a viver a mesma vida, diria que sim, mas passei por coisas que não desejo a ninguém”, declarou Canteros ao diário Olé.















*Lugano – Bairro onde também cresceram o goleiro Mariano Andújar e o meia Marcelo Cañete.
Héctor Canteros passou pela divisão de base do San Lorenzo de Almagro, mas não ficou. Aos 10 anos de idade chegou à base do Vélez Sarsfield e encantou atuando como meio-campista.
Debutou na Primeira Divisão em 2008, ao ser relacionado como suplente do El Fortín dirigido pelo DT Pedro Larraqui que foi derrotado pelo Huracán de Ángel Cappa por 3 a 0, em partida válida pela última rodada do Torneio Apertura 2008 e realizada no estádio Tomás Adolfo Ducó, às 17h10 do dia 13 de dezembro.
Quando o técnico Ricardo Gareca chegou ao clube velezano em 2009, Canteros foi relacionado para dois jogos válidos pelo Torneio Clausura. No empate em 0 a 0 com o Independiente de Avellaneda, primeira rodada da competição, Tito entrou aos 38 minutos da segunda etapa substituindo o também meio-campista, Nicolás Cabrera. Na oitava rodada, quando o Vélez bateu o Banfield por 2 a 1, Canteros foi banco, não entrou na partida.
No início de 2011 Tito teve seu futebol valorizado pela diretoria velezana que não aceitou incluí-lo na negociação que realizava com o Godoy Cruz pelo passe do enganche David Ramírez, jogador que pertencia ao clube da cidade de Mendoza. Os dirigentes entenderam que com a transferência do experiente volante central Leandro Somoza para o Boca Juniors, Canteros acabaria conquistando a titularidade e participaria de forma destacada (foi escalado inicialmente como volante central) da vitoriosa campanha do Vélez no Torneio Clausura.
Atuando na frente da dupla de zaga, Héctor Canteros demonstrou ótima noção de posicionamento, ser bom no desarme, e ainda, qualidade técnica e visão de jogo ao carimbar a bola durante a transição ofensiva do time daV Azulada.
Quando o Vélez negociou os enganches Maxi Morales e Ricky Alvarez com o futebol italiano, Héctor Canteros passou a ser escalado muitas vezes como meia de ligação (enganche, enlance), e demonstrou destacada qualidade na organização de tramas ofensivas, mesmo atuando a partir de um posicionamento mais adiantado. Também passou a assinar boas jogadas de bola parada.
No primeiro Super Clássico das Américas, quando Argentina e Brasil empataram em 0 a 0 no estádio Mario Kempes, em 2011, Alejandro Sabella escalou Héctor Canteros com a camisa 10, e Tito se saiu muito bem. Sem a bola, auxiliando bastante na marcação e sendo um dos protagonistas nos desarmes. Com o balão, ditando o ritmo da equipe, efetuando passes curtos e longos orientados por boa leitura do jogo. Atuação que lhe valeu elogios em matéria do diário Olé e de Ronaldinho Gaúcho, seu adversário na partida. Confira:
“Ronaldinho le dedicó el elogio a Héctor Canteros, el 10. Tito fue el conductor del equipo desde el centro de la cancha: panorama, ubicación y calidad. Y Dinho sabe […] Pecho inflado y cabeza levantada, serenidad para el pase corto y soltura para el pase largo, panorama para la habilitación entre líneas, lanzador con pelota en movimiento, lanzador de tiros libres y córners, ayer el 10 de Argentina era el 5. Con las antenas de un clásico enganche, conjugando con el oficio de un cinco tapón, Alejandro Sabella tiene en el pibe de 22 años a un volante integral.” Trecho de materia publicada no diário Olé, após a ótima atuação de Canteros com a camisa 10 da seleção argentina em amistoso contra o Brasil no dia 14/09/11.
“El 10. El 10 organiza bien el juego”, elogiou Ronaldinho Gaúcho, após o amistoso, ainda na cancha do estádio Mario Kempes, em Córdoba.
Ilustração do diário Olé para o melhor jogador do primeiro Super Clássico das Américas













Não se trata de um vídeo com a intenção de fantasiar as reais condições de um jogador. O registro destaca o quanto ele carimbou a bola e cumpriu bem a tarefa de ditar o jogo, sem se intimidar com a importância da partida e com a surpresa de ter que vestir a camisa 10, número que para a cultura futebolística argentina também é mítico, pesado.
Naquele 14 de setembro de 2011, Canteros foi o principal nome da seleção argentina entre as intermediárias, sendo o elo de ligação entre o setor de meia cancha e os homens de frente, inicialmente, Mauro Boselli e Juan Manuel Martínez. Tito foi protagonista no chamado último passe, mesmo atuando posicionado mais recuado, pois sem a bola a sua tarefa era a de um volante de contenção.
Héctor Canteros consegue mesclar um satisfatório sacrifício sem a bola para cumprir bem as obrigações defensivas de um volante, com leitura de jogo e qualidade técnica que lhe permite receber o carimbo de bom organizador de tramas ofensivas. É um jogador polivalente bastante produtivo. Busca os lados do ataque, a aproximação com os homens de frente para servir como opção de tabela, efetuar assistências e arrematar em gol de fora da área ou aparecendo como elemento surpresa na cara do goleiro adversário.
Villarreal C.F.

















Mesmo depois de uma queda de rendimento (lesão no joelho esquerdo contribuiu) que culminou com a perda da titularidade no Vélez para Francisco Cerro e um distanciamento da seleção argentina, em agosto de 2012 Héctor Canteros se se viu envolvido em uma negociação com o mercado europeu e deixou o futebol argentino. Após 54 partidas e 2 gols pelo time profissional velezano, Canteros foi atuar (empréstimo) na Segunda Divisão da Espanha, ajudando o Villarreal a conquistar o merecido retorno a elite do futebol espanhol.
Tito chegou ao “Submarino Amarelo” ainda se recuperando da operação de menisco no joelho esquerdo e viveu o seu melhor momento no primeiro semestre de 2013 após a chegada do técnico Marcelino Garcia Toral que substituiu Julio Velázquez.



Retorno ao Vélez Sarsfield                                                                                                               No segundo semestre de 2013, Canteros voltou a defender o Vélez Sarsfield. Titular e novamente sob a batuta de Ricardo Gareca.
Em sua reestreia fez uma ótima exibição na vitória sobre o Tigre protagonizando a assistência para o gol de Lucas Pratto. Depois, comandado pelo técnico José ‘Turu’ Flores, além de ter sido um dos destaques do El Fortín na atual edição da Copa Libertadores, Tito foi importante na conquista da Supercopa Argentina em janeiro deste ano, quando além de ótima atuação, marcou o gol que deu o título ao clube fortinero na vitória por 1 a 0 sobre o Arsenal de Sarandí.
Héctor C
anteros – posição, função e posicio
na
mento tático:
4-4-2: segundo volante central com a incumbência de protagonizar a transição da equipe formando dupla com um volante mais fixo, compondo o que os argentinos chamam de “doble 5”



    4-3-1-2 e 3-5-2: volante central e homem de ligação

Integrando elenco formado apenas por jogadores que atuavam no país, Canteros foi escalado como titular no primeiro treino de Sabella como técnico da seleção argentina (ilustração: Diário Olé)

    Argentina 0×0 Brasil – Córdoba, 2011: Defendendo como um “5″ e organizando o jogo      como um “10″


     4-2-3-1: segundo homem de meio-campo


    4-3-3: volante central ou meia pelos dois lados do terreno de ataque


Embora todos entendam (será?) que estamos tratando de um esporte coletivo, ou seja, que o Futebol não é, por exemplo, Tênis ou Lançamento de Dardo, é prudente destacar 
que as boas exibições de Héctor Canteros, e este post enumerou algumas delas, contaram com o qualificado respaldo tático e técnico dos bons companheiros de meio-campo que Tito teve ao seu lado no Vélez Sarsfield. Refiro-me ao Víctor Zapata, Augusto Fernández, Maxi Moralez, David Ramírez, Ricky Álvarez, Lucas Romero e Ariel Cabral. Posto isso, não precisaremos “desenhar”, certo?

Fonte:Globoesporte.com/Futebol Argentino
Por:Samir Merey

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