Fla supera expulsão do treinador e se mantém invicto aos gritos de ‘olé’

Fla supera expulsão do treinador e se mantém invicto aos gritos de ‘olé’



José Neto toma duas faltas técnicas, é expulso em momento que jogo contra Paulistano estava equilibrado, mas time mostra força e vence pela 15ª vez
Faltava espaço. Na arquibancada, a torcida se apertava e fazia a sua parte. Dentro da quadra, a situação não era diferente. O Flamengo se esforçava para passar pela bem postada defesa do Paulistano. Não havia espaço nem mesmo para reclamação. O técnico José Neto que o diga. Acabou expulso pela arbitragem no segundo quarto após levar duas faltas técnicas. Os pupilos não se abateram. Ao contrário. Mostraram força e fizeram parecer fácil um jogo que começou complicado. Nesta quinta-feira, aos gritos de “olé” da torcida no ginásio do Tijuca, mais um rival foi derrubado: 94 a 70. Com 15 vitórias consecutivas na conta, o próximo a tentar quebrar a sequência rubro-negra é o Pinheiros, já neste sábado.
Com 23 pontos, Marquinhos foi o destaque do Flamengo e o cestinha da partida. Pelo Paulistano, Toyloy, com 16, foi o maior pontuador. A equipe carioca continua com 100% de aproveitamento no NBB 2012/13, com 15 vitórias em 15 jogos, e a liderança isolada na tabela de classificação.
- No começo da temporada, a gente perdeu o Caio, depois o Marcelo (Machado), depois o Shilton e agora o Neto. E nem assim o time está parando. E essa não é uma equipe do Marquinhos, do Benite, do Olivinha, e sim uma equipe de vários jogadores. Além disso, a torcida a cada jogo vem abraçando mais o time, vem aparecendo mais gente. Acho que dessa maneira vai ser difícil a gente perder o NBB. Eu nunca tive a oportunidade de atuar com uma torcida como essa. Eu posso estar muito cansado, mas quando olho para ela, na hora o cansaço para. Nosso objetivo é ter sempre esse desafio de continuar ganhando – disse Marquinhos.
O jogo
Sob o olhar do presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, que pela primeira vez foi ao ginásio acompanhar a equipe de basquete, o time da Gávea mostrava a intensidade de sempre. Mas encontrou um rival que também abusava da velocidade no ataque, defendia forte e chegou a conseguir uma virada no primeiro quarto, após Kojo ter a bola roubada no meio da quadra (18 a 17). O armador se redimiu logo em seguida, colocando a equipe da casa na frente novamente. O Paulistano poderia ter diminuído, mas estourou os 24s de posse de bola e viu o rival levar a parcial: 21 a 18.
No segundo quarto, Gegê e Duda deixaram o banco de reservas. O ritmo da partida continuava intenso. A diferença caiu para 30 a 28 graças a Toyloy. Eddy forçava a passagem por Caio Torres. O pivô fechava a porta. Na metade do período, o técnico José Neto entrou na quadra para falar com a arbitragem e tomou falta técnica. Inconformado, não demorou para levar a segunda e acabar expulso. O Flamengo teria de seguir sem seu comandante, apenas com as instruções do auxiliar João Batista na beira da quadra. E reagiu bem. Marquinhos chamou a responsabilidade. Procurava ir próximo à grade para vibrar com a torcida. Foi para o vestiário com 17 pontos na conta e com a vantagem de 47 a 40.
A corrente antes de começar o terceiro período era o reflexo do espírito da equipe. Um ajudava o outro. E assim foram construindo uma vantagem confortável (65 a 51). O Paulistano já não parecia tão forte como antes. Tinha dificuldade de encontrar o caminho até a cesta e ainda sofria a pressão da arquibancada. O barulho atrapalhava na concentração durante os lances livres. Mas empurrava Marquinhos e Cia. Com uma bola de três, Gegê fez 71 a 51. Gustavo De Conti pediu tempo. Na volta, Bruno Zanotti, o ala da seleção paraguaia recém-contratado pelo Flamengo, fez sua estreia e ajudou a fechar a parcial em 76 a 54.
Mesmo com a grande vantagem no placar, o Flamengo não diminuiu o ritmo. Queria mais. Continuava brigando no garrafão pelos rebotes, continuava dando trabalho nos arremessos longos. A essa altura, os ataques eram ao som de “olé”. Restando 2m21s para o fim, Marquinhos foi para o banco descansar. Teve o nome gritado em reconhecimento. De lá, viu seus companheiros assegurarem a invencibilidade no campeonato.
- Eu estreei em um jogo muito forte, muito complicado. Quando o Neto saiu, o Paulistano estava fazendo uma marcação muito forte. Acabou que nós mostramos que temos um grupo unido. Todos jogam juntos. Eu estou muito feliz de ter começado aqui e dessa maneira. E fiquei apaixonado pela torcida também, que me recebeu muito bem. Cheguei ontem, joguei pouco tempo, mas agora o que eu quero é ajudar muito a equipe – finalizou o paraguaio Zanotti.
Os resultados da 17ª rodada do NBB:
Tijuca 64 x 73 Pinheiros
Brasília 94 x 67 Mogi das Cruzes
Flamengo 94 x 70 Paulistano
Joinville 75 x 60 Palmeiras
Liga Sorocabana 82 x 84 Minas
Limeira 96 x 65 Suzano
Bauru 85 x 70 Vila Velha
Uberlândia 91 x 87 Franca

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