JOGOU BEM: Luiz Antonio cala os gritos de 'mercenário' e ganha pontos no Fla

Luiz Antonio não entrava em campo pelo Flamengo desde dezembro, quando atuou na última rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Cruzeiro. Destaque da final da Copa do Brasil contra o Atlético-PR, ele terminou a temporada em alta. Mas os vencimentos, na opinião do jogador, estavam aquém do que considerava justo pelo seu trabalho. Alguns deles em atraso, na opinião do atleta. Dessa forma, também orientado por seu empresário - do qual já se separou -, o volante resolveu passar por cima do bom momento e bateu de frente com o clube. Pediu, na Justiça do Trabalho, a sua liberação. Foram dois meses de litígio, diversas derrotas em todas as instâncias, até a decisão de desistir dos tribunais e voltar a treinar. Neste domingo, pela primeira vez, ele retornou aos gramados com a camisa rubro-negra. Ouviu alguns gritos de "mercenário" ao entrar, mas logo os calou, com a jogada que terminou no gol de Nixon, iniciando a reação da equipe.

O pequeno público no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (608 pagantes), se dividiu quando o volante se apresentou na lateral do gramado, aguardando a saída de Rodolfo. Uma pequena parte aplaudiu, outra xingou, e houve ainda quem esbravejasse contra o treinador por ter sacado um meia para colocar mais um volante (o time já tinha dois). Mas foram poucos minutos até a pressão se transformar em alegria.

Marcelo Buarque comandou a equipe neste domingo no lugar de Jayme de Almeida, que seguiu com o grupo principal para a Bolívia, onde haverá a partida contra o Bolívar, pela Libertadores, na quarta-feira. Ele afirmou não ter sentido qualquer sinal de abalo psicológico no jogador antes de chamá-lo para entrar na partida. 

- Acho que ele não sentiu, não. É jovem, mas tem uma certa experiência. Estava absolutamente tranquilo, ajudando a gente com os garotos, acho que foi bem, não se abalou. Até porque, há meses estava disputando uma final de Copa do Brasil com o Maracanã lotado, é um jogador já com um lastro. Vai ajudar muito o Flamengo nesse ano.



Questionado se disse alguma frase de apoio ao chamar o jogador no banco de reservas, disse que era desnecessário.

- Não, não precisa de apoio, a partir do momento que a gente está colocando é porque confiamos nele. Já conta com a nossa ajuda e ele que nos ajuda. No campo, o treinador pode fazer muito pouco. São eles que nos ajudam dentro do campo. A gente pediu para ele fazer aquele lado que o Rodolfo estava fazendo. É a função que ele faz com o Jayme. A gente sabe que ele pode jogar tanto por dentro como pelo lado, fez a jogada do primeiro gol com talento. É um jogador muito tranquilo.

Ao deixar o gramado, Luiz Antonio também comentou o retorno. Ele reconheceu ter sentido cansaço, mesmo entrando no segundo tempo.

- Eu estava esperando que ia acontecer (vaias) um pouco. Faz parte do futebol. Estou me preparando. A cabeça está boa e o torcedor vai apoiar. Em meu primeiro lance dei o passe para o gol. Senti um pouco do ritmo, falta de entrosamento. A gente cansa um pouco porque está sem ritmo. Procurei cair bastante pela direita. Mas estou voltando, vou buscar meu espaço novamente. É isso que estou querendo.

Justamente por conta dessa falta de ritmo, Buarque afirmou, na coletiva após a partida, que ainda considera prematuro o retorno do atleta ao grupo principal. Luiz Antonio só pode ser inscrito na Libertadores a partir das oitavas de final.

- Acredito que seja um pouco prematuro, por tudo o que falei anteriormente. É o que falei, 100 dias sem jogar, não vai ser de uma hora para outra. Mas aos poucos o Jayme vai inserindo no processo dele lá do time, e aí é com o Jayme, não comigo.
Por: Yago Martins
Fonte: Globoesporte.com

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