Leandro defende Daniel Alves, elogia Maicon e aposta em vitória do Brasil

Estilista, categórico e seguro. Dono de uma técnica apurada, Leandro virou sinônimo de lateral-direito clássico pela organização tática e inteligência com que atuava. Capaz de avançar com a mesma desenvoltura com que recuava para defender os ataques dos pontas, ainda jovem foi escolhido por Telê Santana para cuidar de um dos flancos do Brasil na Copa do Mundo da Espanha, em 1982. De perto, viu a Seleção que jogava por música sucumbir à estrela da Azurra de Paolo Rossi, no que ficou conhecido como a Tragédia do Sarriá.

Hoje, imortalizado como um dos maiores jogadores rubro-negros de todos os tempos, se juntou aos milhares de brasileiros que sonham com mais uma conquista de Copa Mundo - feito que lhe faltou em uma carreira marcada por glórias e inúmeros títulos. Falando como bom torcedor, também opinou sobre a Seleção comandada por Felipão neste Mundial.

- A Seleção, quando ganhou a Copa das Confederações há um ano, teve atuações excelentes e retomou a confiança dos torcedores. Contagiou todo mundo. Hoje eu a vejo totalmente diferente. Naquela época ela marcava com pressão em cima, tinha bons contra-ataques. Hoje, nós temos uns quatro jogadores que não estão produzindo como antes. O que eu vejo que pode ter ajudado nessa queda de rendimento. Ou seja, jogadores importantes para a Seleção sofreram com problemas ao longo da temporada. Vejo que, por estas razões e pela pressão pela Copa em casa, o Brasil sofreu com uma sobrecarga e não está rendendo como antes - disse.

Acostumado a jogos importantes e decisivos, Leandro construiu seu futebol pelo lados do gramado. Mas com a maestria e elegância com que jogava, bem que poderia se deslocar facilmente para outras posições na geografia do gramado. Analisando os concorrentes do Brasil ao título, o ex-jogador declarou que nesta edição de Mundial não existe nenhuma Seleção que imponha medo.

- Eu acho que nós não temos nenhum bicho papão na Copa. Temos seleções que estão bem, como é o caso da Alemanha, da Holanda, da França e do próprio Chile. O Estados Unidos está com um time certinho também. Não digo que serão vencedoras, mas algumas seleções estão mais entrosadas do que a seleção brasileira. Tivemos algumas apresentações abaixo do esperado, mas não existe nenhum time que nos assuste tanto. Que seja realmente um bicho papão - afirmou.

READAPTAÇÃO DE DANIEL ALVES

Ao longo da história, poucos jogadores conseguiram cair nas graças de grande parte da massa rubro-negra. Leandro é um deles. Vencedor e considerados por muitos um dos maiores nomes da lateral direita que o Brasil já teve, ao lado de Djalma Santos e Carlos Alberto Torres, o ex-jogador acredita que a Seleção está bem servida de atletas para posição. Inclusive, defendeu Daniel Alves e elogiou Maicon, jogador que julga ser completo para atuar pelos lados do campo.

- O Daniel Alves está jogando no Barcelona há muitos anos. E o estilo de jogo do Barcelona é um estilo do famoso tic-tac. Ele, por ser um lateral muito técnico, tem essa capacidade de jogar com esse estilo. Tanto que joga no meio de campo se for preciso. Mas ele está acostumado a tocar a bola devagar. E a marcação de pressão em cima faz com que o Daniel Alves comece a marcar do meio de campo para frente. Ele não tem a obrigação de ficar correndo atrás de ponta porque tem uma cobertura. Então, geralmente, o Barcelona mata as jogadas no campo ofensivo. E na Seleção o esquema é outro. Ele é obrigado a jogar como lateral, lateral mesmo, que a gente conhece bastante. Como é o caso do Maicon, que é um jogador que marca e avança. É um lateral completo. E o Dani Alves, dentro de uma Copa do Mundo, está tendo uma readaptação ao seu estilo de jogo.

ENTRADA DE FERNANDINHo

Apesar de achar que o Brasil não vem apresentando um  futebol envolvente ao longo do Mundial, Leandro se mostra otimista com a possível entrada de Fernandinho na vaga de Paulinho. O ex-jogador apostou em vitória brasileira sobre o Chile em um bolão que participa com a família.

- Espero que aconteça a mesma coisa este ano do que aconteceu em 2002, quando de última hora o Felipão colocou o Kléberson e o time se acertou. Tomara que acerte agora para o time melhorar. Porque apesar de termos um setor defensivo equilibrado, estamos pecando muito na criação. E o Fernandinho é um homem que pode dar mais tranquilidade ao setor ofensivo. Ele entrando no lugar do Paulinho, que não vem atuando bem, pode dar mais liberdade aos homens de frente. Estou confiante nisso. No meu bolão com a família, inclusive, eu apostei 2 a 0 para o Brasil - concluiu.

     Fonte:Globoesporte.com                                                                                                                    Por:Samir Merey