Adriano esquece velhos amigos e resiste a apelos da mãe e do primo para se tratar
Adriano sempre foi querido por todos no Flamengo. Mas depois que a fantasia de Imperador tomou conta da personalidade do atacante, ficou para trás o lado Didico — apelido carinhoso recebido quando um magrelo alto subiu para os profissionais, no ano 2000, na Gávea.
Amigos do começo da carreira e também do período em que viveu auge na Itália estão esquecidos. Desde os parceiros em campo, como o atacante Reinaldo, até Gilmar Rinaldi, ex-agente e um segundo pai depois da
morte de Seu Almir, em 2004.
— Eu era muito amigo dele. Meu time de Itaguaí ia jogar contra o dele na Vila Cruzeiro. Mas o cara virou Imperador na Europa e perdi contato. Ele era o jogador mais querido, chamavam ele de Didico — conta
Reinaldo.
Segundo o jogador, Adriano tinha um comportamento tranquilo, sem excessos na noite, e era próximo à família.
Reinaldo acredita que a morte do pai foi um grande impacto para Adriano.
— Ele era muito apegado. Não sei se não suportou.
Hoje, as amizades são outras. Adriano rompeu com o agente Gilmar Rinaldi ao negociar com o Corinthians, e
colocou seu então "faz-tudo" Luiz Claudio Menezes para cuidar de sua carreira, em decadência desde então.
A parte financeira foi organizada por Gilmar com a ajuda da mãe de Adriano, Dona Rosilda, que sempre pede que o jogador vá ao psicólogo, mas não é ouvida. Amigos que acompanharam a carreira de perto nos últimos anos garantem que Adriano tem dinheiro suficiente guardado para se aposentar e joga porque quer, por hobby.
Na vida pessoal, algumas companhias também mudaram. Apesar da tentativa da mãe de Adriano e do primo Rafael de afastar o jogador da noite e dos excessos, os parceiros do funk e do pagode o atraem, e os amigos de infância na favela recebem sempre uma visita.
— Hoje, ele não sabe quem é amigo dele por interesse ou não, então segue com essas amizades do passado na favela — conta um amigo, que garante: — Ele exagera, não tem jeito. Precisa de tratamento — insiste.
Post a Comment