ALÍVIO! STJD absolve Fla e Inter no caso de agressão a André Santos, e equipes não perdem mando de campo

Em sessão da Quarta Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta sexta-feira, Flamengo e Internacional foram absolvidos. Os clubes foram ao banco dos réus devido a agressões de torcedores ao lateral André Santos, do Rubro-Negro, dentro do estádio Beira-Rio após a goleada colorada por 4 a 0, no último dia 20. O clube gaúcho teve três votos a favor, contra um pedindo sua punição. O Fla, por sua vez, teve dois votos contra e dois a favor. O denunciado é beneficiado quando acontece empate e por isso o clube carioca acabou absolvido. Também julgado pelo cartão vermelho recebido no mesmo jogo, Chicão foi punido com um jogo de suspensão, já cumprido na partida seguinte (automática).
O diretor executivo de futebol do Flamengo, Felipe Ximenes, o gerente do mesmo departamento, Gabriel Skinner, e o segurança rubro-negro Fabinho lançaram mão de discursos neutros quando participaram do julgamento, na posição de testemunhas. Já o coronel da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Alexandre Bortoluzzi foi incisivo e garantiu que não houve agressão.
- Só houve troca de ofensas, os oficiais impediram qualquer agressão.
Defesa do Fla alega que André Santosfoi negligente
A responsável pela logística do Flamengo em Porto Alegre, Ana Verrardi, seguiu o discurso do coronel disse que não houve agressão. Todos os depoentes sustentaram que André Santos agiu por conta própria ao sair sem a delegação, porque estava com pressa.
O advogado do Flamengo no caso, Michel Asseff Filho, disse que o clube defender André Santos, via nota oficial, era uma atitude esperada. Em contrapartida, falou em "negligência" do lateral. Ainda considerou descabido julgar o Rubro-Negro em função de atos cometidos por uma organizada que, segundo Asseff, está em litígio com o Fla.
- É claro que o clube vai acreditar nas entrevistas que o atleta concedeu. A atitude normal de qualquer clube é repudiar. Não fala em agressão física, mas sim em repudiar a agressão, acreditando no que o atleta disse. Depois, investigando o caso e procurando saber o que aconteceu, começamos a entender qual foi o motivo dessas alegações. Ou pelo menos tentamos entender. Os depoimentos aqui foram muito claros. Ninguém viu uma agressão física. Foi um exagero. Por que foi relatado esse exagero ninguém sabe. Isso é uma prova que a procuradoria deveria produzir. A vítima que saiu destrambelhada sem respeitar as ordens dos clubes. Ele saiu sem ouvir as palavras do diretor executivo. O empregador é responsável por atitude de delinquentes, bandidos que estão fora do estádio? Pessoas começaram a xingá-lo do lado de fora. Não há prova de qualquer gravidade. E a procuradoria vem pretender perda de mando de campo? Ou que o clube seja multado? Vocês acham que o torcedor delinquente fica solidário com o clube quando o clube é punido, multado? Essa suposta torcida, travestida de torcida que estava do lado de fora, quer isso. A punição tem que ser contra essas pessoas. Querer estrangular o clube com perda de mando de campo é irresponsabilidade. Não houve agressão física. Houve negligência do jogador, que desobedeceu o clube. Saiu pela sala de imprensa.
O procurador do STJD Flávio Boson condenou a postura do Flamengo, afirmando que o Rubro-Negro tentou colocar em dúvida as agressões que André Santos garante ter sofrido.
- O primeiro ponto em que se valeu a defesa do Flamengo foi se houve ou não realmente a agressão. Uma defesa bem feita conseguiu instalar essa dúvida. Mas o atleta foi em rede nacional dizer que foi agredido. Eu entrei no site do Flamengo, o qual emitiu uma nota, que pode constar como documento. O título da nota é: O Clube de Regatas do Flamengo repudia a agressão ao jogador André Santos. Devo dizer mais. O empregador é responsável pela segurança de seu empregado. O empregador deve obrigar seu funcionário a seguir as normas para a segurança. Ainda que o André Santos tenha saído de forma intempestiva, o Clube de Regatas do Flamengo tinha a obrigação de zelar pela segurança dele e impedi-lo de fazer o que fez - afirmou Boson.
Último a depor antes da votação, Daniel Cravo, advogado do Inter, utilizou-se de um discurso mais sucinto e foi outro a atacar a procuradoria. 
- A procuradoria não reuniu provas para afirmar que o jogador sofreu lesão. Parece que todos os depoimentos aqui prestados não valeram de nada.
Na hora da votação, o relator optou pela punição aos dois clubes. O voto seguinte pedia a punição apenas ao Flamengo. Depois, os dois últimos auditores optaram pela absolvição, o que acabou por fazer ambos os clubes escaparem de punições.
Vice jurídico do Fla diz que justiça foi feita no caso

O vice-presidente jurídico do Flamengo, Flávio Willeman afirmou que o clube já esperava a absolvição.

- Esperávamos a absolvição porque não houve agressão física ao atleta. Hoje ficou provado em documento enviado pela Polícia Militar do Rio Grande do Sul que não houve a agressão. Os depoimentos também revelaram isso. Houve um bate-boca entre o jogador e torcedores que estavam do lado de fora do estádio - disse o vice jurídico rubro-negro.

Sobre a versão contrária apresentada por André Santos, Willeman disse que o clube não sabe o motivo.

- O Flamengo ainda não tem explicações do porquê de o atleta ter feito essa declaração em rede nacional. O clube e o jogador não dialogaram durante essa semana. Ele ainda não está desligado do clube. O Fla fica contente porque a justiça foi feita.
Fonte: Globoesporte.com
Por: Yago Martins

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