Presidente do Fla vê retorno de Jade como marco e defende administração
Jade Barbosa permaneceu quase um ano e meio desligada do Flamengo, mas seu retorno foi selado no último dia 23 de julho. O plano da diretoria rubro-negra é que a ginasta sirva de referência e exemplo para as atletas que ainda estão em fase de formação no clube, como Rebeca Andrade, umas das principais promessas. O contrato tem duração até o final de 2014 por ter sido elaborado através do projeto de incentivo ao esporte. No entanto, o planejamento é que o compromisso seja renovado para 2015. Para o presidente Eduardo Bandeira de Mello, o retorno de Jade é um marco para a retomada dos investimentos nos esportes olímpicos do Fla.
- A volta da Jade é um marco para a própria ginástica artística. Nós temos cinco ou seis das nossas meninas na seleção brasileira (com a volta de Jade, o clube passa a ter seis atletas na seleção: Julie Kim Sinmon, Letícia Costa, Maria Cecília Cruz, Milena Theodoro e Rebeca Andrade), não perdemos essa característica. O Flamengo é o clube que mais apoia a ginástica artística no Brasil. E a volta da Jade é um marco para que a gente possa vir a retomar de uma maneira integral esse investimento, só que agora com uma receita própria de autossustentabilidade, essencial para que os esportes olímpicos se sustente no longo prazo - declarou Bandeira de Mello.
Jade Barbosa foi desligada do Flamengo em março de 2013, assim como Diego e Daniele Hypolito e Sergio Sasaki. O argumento da diretoria, empossada três meses antes, era um déficit de R$ 14,5 milhões no departamento olímpico em 2012, além do custo das duas equipes que chegava a R$ 2 milhões por ano. Na época, os cartolas também informaram um pedido de ajuda a duas esferas do governo e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que acabou não sendo correspondido.
Buscando mudar o panorama financeiro dos esportes olímpicos rubro-negros, a maioria do Conselho Deliberativo do Flamengo votou, em abril deste ano, a favor das mudanças que vão alinhar o estatuto do clube com a nova Lei Pelé. Com isso, o Rubro-Negro terá acesso a uma verba federal que é dividida entre os clubes formadores de atletas. A votação era vista como vital para os esportes olímpicos da Gávea. Bandeira afirma que a gestão do departamento está caminhando dentro do previsto e lembra a acusação, ainda no início do seu mandato, de "ter acabado com os esportes olímpicos do Flamengo".
- Não tenho a menor dúvida que os esportes olímpicos caminham dentro do previsto. Nós fomos acusados de ter acabado com essas modalidades no Flamengo. Mas a única coisa que nós fizemos foi dispensar alguns atletas profissionais, poucos, que tinham um salário acima do que nós podíamos pagar naquele momento. Mas o nosso investimento na base, em 11 esportes olímpicos que nós praticamos hoje, continuou - respondeu.
Em 2011, o Congresso Nacional aprovou uma lei que destina 0,5% das receitas de loterias esportivas para clubes formadores de atletas olímpicos. O montante gira em torno de R$ 35 milhões por ano. No cálculo sobre o acumulado, a quantia chegaria a R$ 130 milhões para cada instituição. O clube também abriu possibilidades para o recebimento da verba graças a uma adequação do estatuto, que é um dos pontos exigidos, além da posse das Certidões Negativas de Débitos (CNDs), que o Flamengo conseguiu em 2013. Outro passo que o Rubro-Negro pretende dar é, após a reestruturação, reinaugurar o ginásio Claudio Coutinho, que pegou fogo em novembro de 2012.
- Quando nós conseguirmos as Certidões Negativas de Débito, passamos a gerar recursos para esses esportes olímpicos, que dependiam totalmente do futebol. Hoje, eu posso dizer que os esportes olímpicos do Flamengo são um sucesso. Nós trouxemos o Marcelo Vido e a Luísa Parente para a gestão dessa pasta - afirmou.
No ano passado, Jade Barbosa utilizou as dependências do Centro de Excelência de Ginástica, o Cegin, em Curitiba, para treinamentos. Recentemente, também fez atividades na base em Três Rios, que pertence à seleção brasileira. Aos 23 anos, ela foi medalhista em dois campeonatos mundiais: no individual geral, em 2007, e no salto, em 2010. Jade disputou a Olimpíada de Pequim, em 2008, mas ficou fora dos Jogos de Londres, em 2012, por divergências com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). De volta ao Flamengo, ela volta a trabalhar com o técnico Ricardo Periera, que a conhece desde a infância.
Fonte: ARENA SPORTV
Por:Samir Merey
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